terça-feira, 10 de março de 2009

Eu espero






Meu amor que tanta falta me fazes. Que voltas me dás à cabeça e que acabam sempre em tristeza. Porque insistes em desiludir-me se também queres ficar? Porque foges se é em mim que te encontras, se é aqui o teu lugar? Porque te vestes de forte, porque escondes o teu coração que já nos conhece tão bem?
Amor, amor. Que só contigo sossego.
Tenho medo que te percas de mim, que te começes a esquecer.
Vivo triste por ti. Já não sei somhar, agora escrevo com peso no lápis, e há tanta coisa que no mundo deixou de fazer sentido.
Melancolia e sorriso limitado enquanto espero por ti.
E tu andas a perder-te por aí, com gente que não sabe amar-te, a queimar tempo a fingir que acabou.
Luta, acredita mais uma vez... Eu espero enquanto tocas corpos emprestados, enquanto mergulhas em histórias que terminam logo a seguir.
Pomares à noite de fruta encantada, e gargalhadas que segues de olhos fechados com as mãos estendidas e prontas a viajar.
É bom este voo fugaz pelos braços de outra pessoa. Por esta, aquela, e mais outra. Este saltar de ondinhas à beira mar.
Conheço também este gosto por tudo o que é incerto. O prazer da conquista, as conversas que voam pelas horas, com copos e olhares que se sussedem, e o cabelo que flui entre os dedos de alguém que não o merece tocar.
Dá a volta por essas ruas, espreita e entra nesses mundos. Eu estou em casa à tua espera, com visitas que me alegram, me dão de beber e que ficam para dormir de vez em quando.
Mas estou à tua espera.

sábado, 7 de março de 2009

Está guardado

Já passou tanto tempo. Já nos tocaram tantas vezes, pessoas que não são nossas, que nos emprestam sorrisos, tempo, sensações. E nós entregamos-lhes momentos em sopros de vida.


Alegria, paixão , promessas e mentiras. Já partilhámos tanto com outros... Mas nunca as nossas almas, não é meu amor?
A minha alma é tua, até ao espírito. Como o meu corpo e os meus sentidos, é tua! Ando a passeá-la pelo mundo com destino certo. Com cama de estrelas à espera dela.


É boa esta certeza, este fim. Este jardim guardado suspenso no tempo.