terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

O que eu queria

Apetecia-me ficar no meu canto.
Ter companhia sem fazer conta com ela.
Seduzir sem saber que já tenho o jogo ganho.

Queria não saber qual é o próximo passo.
Não olhar para o bem-estar como uma rotina.
Não pensar por dois.

Na verdade,

Queria apenas não me apaixonar, para não me desencantar.
Não confiar, para não me desiludir.
Não me entregar, para não ficar sem nada.

Queria não ver em tantas coisas boas, um fim anunciado, que desta vez ainda sonho que seja diferente.

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Aquele cansaço










Tenho um cansaço no corpo que se confunde com o da alma. Doem-me as costas,e as bochechas de sorrir por conveniência. Pesa-me a maquilhagem ilusionista. Tenho fumo nos pulmões até me arranhar a garganta, já rouca. Estou sem sardas, sem paciência. A roupa bonita perdeu a graça do principio da noite. Quero prender o cabelo, descer destes saltos. Quero sentar-me no banho, e adormecer nos meus lençois frescos. Vou tirar a máscara...

terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

6 anos depois

A minha menina tens caracóis soltos, num jardim de cabelos castanhos que brilha sempre que olhamos para ela. Tem olhos negros, que ora me confortam, ora me roubam o chão, de medo.
Ela sorri, sorri sempre. Passeia pela casa alegremente e beija os meus pais. Ela nunca se cansa de sorrir, pensamos nós.
A menina, ontem roliça e tão boémia, hoje dorme mais cedo, pensa mais em si. Descobriu um coraçao dentro do seu peito. E é leve como eu, vulnerável como quem já amou.
Perdeu inocência, perdeu algum folego... Mas brilha, como dantes, e sonha (espero eu).

Tenho-a de novo, ainda não ao meu lado, mas no meu caminho. Chegou, então, a altura de agradecer o pedido que fiz naquela igreja do Chiado...

Para mim

Aos bocadinhos, não quero.
Pouco, não chega.
Só quando é fácil, não aceito.
Apenas prazer, não preciso.
Porque sou bonita, é vazio.
Por delicadeza, magoa-me.


Se não adoras não toques.

Se não compreendes não aceites.

Se não concordas não fiques.

Se não sabes chorar, não tentes amar.

segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010

Conforto

O andar não mudou, nem o riso pelo nariz quando em tom de troça, ou o negro dos olhos redondos.