"Tinhas o corpo cansado
E a cidade era tão fria.
Ninguém dormia a teu lado,
Ninguém sabia que amado
O teu corpo se acendia.
Andavas devagarinho
Pelas ruas de Lisboa
Em busca de algum carinho
Que fosse pão e vinho,
E te desse noite boa.
Eras triste e sorrias,
E mais nova se choravas
As palavras que dizias.
Tinhas dores e alegrias,
Mas só ternura deixavas.
Por ti não houve ninguém
Para quem te desses nua.
Podias ter sido mãe,
Podias ter sido alguém,
Mas foste esquina de rua."
domingo, 25 de abril de 2010
sexta-feira, 23 de abril de 2010
Ele não sabia chorar
Ele perdeu-o, deixou-o voar. O balão fugiu-lhe por entre os dedos, numa pequena distracção. Parou, quieto e calado, e pensou em chorar, mas não sabia fazê-lo. Então encolheu os ombros, continuou a caminhar.
Andou, andou, perdeu-se na cidade, conheceu cores novas, outros cheiros.
Até que se cansou de risos fáceis mas que não lhe faziam companhia.
Essa noite deitou-se sóbrio, e sentiu-se sozinho. Lembrou-se "aquele balão ainda tinha o sopro dela.."
Então pegou no telefone, mas já era tarde. A noite tinha avançado com as horas. Quis voltar a falar mas desistiu, o orgulho era mais forte. E ele não sabia chorar...
O dia amanheceu.
Ela bateu-lhe à porta, arrancou-o da cama, berrou-lhe os ouvidos! Abanou-o pelos ombros, mostrou-lhe que alguma coisa estava a morrer. A apatia, a preguiça, o egoismo estava a afogar o que ele mais queria, quem o tinha ensinado a amar.
Deixou-o no chão, nu, sem sossego. Com a água a correr.
Voltei para casa. Estou sentada a escrever, à tua espera.
Andou, andou, perdeu-se na cidade, conheceu cores novas, outros cheiros.
Até que se cansou de risos fáceis mas que não lhe faziam companhia.
Essa noite deitou-se sóbrio, e sentiu-se sozinho. Lembrou-se "aquele balão ainda tinha o sopro dela.."
Então pegou no telefone, mas já era tarde. A noite tinha avançado com as horas. Quis voltar a falar mas desistiu, o orgulho era mais forte. E ele não sabia chorar...
O dia amanheceu.
Ela bateu-lhe à porta, arrancou-o da cama, berrou-lhe os ouvidos! Abanou-o pelos ombros, mostrou-lhe que alguma coisa estava a morrer. A apatia, a preguiça, o egoismo estava a afogar o que ele mais queria, quem o tinha ensinado a amar.
Deixou-o no chão, nu, sem sossego. Com a água a correr.
Voltei para casa. Estou sentada a escrever, à tua espera.
sábado, 17 de abril de 2010
Apenas coisas
Há coisas que, apesar da nossa dedicação, não mudam. Coisas que transformam o nosso esforço em insistência, e mais tarde a insistência numa luta pessoal.
Há coisas que por serem repetidas, já não magoam, apenas desiludem.
Estas certas coisas na verdade são pessoas que tratam o que nos é importante... como uma coisa qualquer!
Há coisas que por serem repetidas, já não magoam, apenas desiludem.
Estas certas coisas na verdade são pessoas que tratam o que nos é importante... como uma coisa qualquer!
sexta-feira, 9 de abril de 2010
O teu passarinho meu
No fundo das tuas costas mora um passarinho verde, que me canta baixinho, e me conta segredos quando adormeces. Nunca me esqueci dele, nem das tuas pestanas russas pelo sol, e do teu amor por mim que o fazia cantar.
E perguntas-me tu por ele, que não o ouves nem ninguém o vê...
Pois é só comigo que ele fala, só a mim canta baixinho. O verde daquelas penas é meu!
Assim como as tuas pestanas russas e os teus segredos enquanto dormes!
E perguntas-me tu por ele, que não o ouves nem ninguém o vê...
Pois é só comigo que ele fala, só a mim canta baixinho. O verde daquelas penas é meu!
Assim como as tuas pestanas russas e os teus segredos enquanto dormes!
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