sábado, 24 de outubro de 2009

O facebook ás vezes chateia...................






A minha amiga auto-confiança é jovem, inocente, e vive na sua paz compactada entre dias aterefados e noites sem tempo para pensar.
Num desses dias abriu o seu facebook e tropeçou em fotografias que sabe que existem ,mas que dispensava ver. Fotografias de momentos felizes e cúmplices, dos quais ela não fazia parte.
Segura de si pesquisou mais um bocado, vasculhou albuns de fotografias alheias, sempre em busca dos mesmos momentos, da mesma pessoa...
Quando deu por si já dava murros na secretária, gargalhadas de raiva, e os seus berros ouviam-se na casa ao lado!


-Quero é que tu morras! Otário! Tu e essa gaja com cara de sonsa!!! Ainda por cima feia!!!!!!
-Odeio-te tanto, e esse sorriso à cigano?! Não lembra a ninguem! Estão mesmo bem um para o outro, são dois tristes!!

     A mentira final:

-Não gosto de ti nem um bocadinho, alias, nem sei o que andei a fazer contigo durante tanto tempo, só podia estar doida!!

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Não haveria outro motivo.

-Então, o que se passa?
-Não a incomodes, deixa estar.
-Mas o que foi?
-A miúda morreu, aquela amiga dela. E agora está assim.


Morreu porque não volta, porque já não é presente. Aquela miúda, a minha amiga, já não respira. Perdeu a sua essência, ri mas já não brilha. Deixou de viver, agora rouba encantos, rouba horas que eram nossas.
Está morta, coitada, eu sei.
As lágrimas que chorei assim o comprovam, e a saudade não me engana. Não viajou, não mudou de morada, o seu espírito apenas partiu. O corpo permanece, para brincar com os meus sentidos, e para que os do costume lhe comam a carne, de vez em quando.
Partiu é verdade, e já foi a enterrar.

Não haveria, então, outro motivo para não a ter comigo.

sábado, 17 de outubro de 2009

A tua saudade

A tua saudade corta como o fio da navalha em que adoravamos viver.
O meu coraçao aflige-se, bate forte, pulsa uma vez e a outra falha.
O laço ficou solto. A noite corre devagar, passa simplesmente.
Não tenho pena de ti, não te sinto sequer, ou engano-me com o que escrevo. És a miúda que nem os vendidos aceitam e que eu choro ainda tanto.
Quero apenas dormir e peço que, amanhã sendo Domingo, não me lembre de ti, nem dos nossos McDonald's ressacados.
Estive quase para te contactar, chamar por ti com a minha graça desafiadora. Mas as imagens que me chegam ao pensamento, tão feias e sujas, não me permitem avançar. A paixão que tenho por mim não permite superar, fingir que a tua ausência, o teu silêncio progressivo não é na verdade desprezo por tudo o que era nosso.

sábado, 10 de outubro de 2009

Por instantes

Eu contigo não sou eu, não totalmente. Sou uma Marta pintada de cores alegres, escondida atrás de risos e leveza emprestada. Uma Marta contadora de histórias, que decora textos e te dá bons conselhos, como a um amigo.
Tu não dás tempo para mais, não há espaço para sentir, apenas para ficar.
Entre um gesto e outro permites apenas o carinho que me pedes, sem falar, e o mimo com que tantas vezes te adormeci, e que depois do fim me confessaste "como ninguém".
És um miúdo que cresceu em forma e força. Que se fez grande em cores e cheiro, em mãos e voz. Mas que manteve o sorriso rasgado, a alegria que por vezes não controla, e uma total despreocupação sentimental. A leveza do teu espírito é proporcional à indiferença pelo próximo.
O teu coração manteve-se pequenino, puro, mas incapaz de amar uma mulher. Tenho profundamente pena de ti.

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Continuas expressivo...






Este fim de semana fui ver o (..) tocar, passados tantos anos desde os primeiros sons em casa.
Cresceste bem, e até já tens um camarim só para ti.
Desde que entraste e te agarraste aos vinis não consegui parar de sorrir. Continuas expressivo, e amoroso. É nestes momentos que dou sentido a toda a dedicaçao que tenho por ti.

sábado, 3 de outubro de 2009

Davidoff

Do ser que é meu, mas que já não se lembra, guardo a sua companhia de tantos anos, e apenas de algumas noites. Levo comigo os seus dias perdidos entre o que é meu e o que é errado, os seus dias que então nasceram floridos e perfumados, no meio de carros, hoteis e cama emprestadas.
Doces enganos que não se escolhem, mas que se deixam fluir sem outra opção, visto que ser esquecido é morrer mais cedo.
E do tal ser que é meu, mas que já se esqueceu disso, fica assim um pequeno almoço a fugir, quem sabe um dia partilhado em família, e o sabor do amor construído com calma e paciência. E a loucura de hoje, por entre o alcóol, a cocaína e os vestidos curtos.
Guardo no fundo a simplicidade do sentido que o cheiro que o teu perefume me desperta, usado por tantos que não passam de "outros", mas gravado por ti, pelas tuas manhãs agora apenas emprestadas, tão boas e a fugir.

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

A tua magia




(E cantavas-me isto ao telefone...)

Quando sorris com calma fazes magia, quando ajeitas o teu cabelo derretes a minha fachada de gelo construída à pressa. Eu fujo de me cruzar contigo, de esbarrar no teu charme.
Ando às voltas como uma abelha perdida, mas és doce demais, fixas-me em ti.
A tua loucura arrefece-me o estômago em arrepios, enquanto tento não sorrir, e logo se seguida mais um abraço forçado que finjo não querer. Mas desejo-o tanto mal te vejo, assim como às nuvens que toco quando me pegas ao colo, no teu colo enorme, onde nas manhãs de erros me adormecias e só depois respiravas fundo.

É infinita a tua graça, o teu cheiro de homem. E do teu charme, já falei?
Já com certeza, mas reforço o sentido, o poder que tem em mim. Jogas com ele, apostas alto, e não sabes perder. Nesta dança de interesses sou eu que vou ficar sentada a ver-te tentar a tua sorte.

O capítulo é novo, eu estou por cima, mas igualmente doida por ti. Lá no fundo sempre te tive presente, quando não era em transpiração da tua pele, era em risos distantes, o teu riso tão teu e travesso.

Afinal não me esqueceste. Ainda me queres levar para fins-de-semana distantes de tudo. Afinal queres sentar-te e conversar, e assumes que foi tudo errado e mal planeado, mas vivido singularmente e sem comparação.
Talvez depois de me deitar de novo ao teu lado toda esta saudade arrefeça.

Dizes que ainda falamos não por sermos amigos, mas porque temos história.
Eu digo-te, que não a soubemos construir. Matámo-la assim que nos tocámos daquela maneira.