domingo, 27 de dezembro de 2009

Tu não sabes...

Tu não sabes...

Quando tempo vais poder
Dizer "Este sou eu",
Gritar que o chão é teu,
Tu não sabes.

Que o céu chama por ti,
Quando à noite te sorri,
Quando as pétalas se abrem
Só por si,
Tu não sabes.

Quanto tempo irás pedir
Quando o sangue te fugir,
Quando o punho se fechar
Sobre ti,
Tu não sabes.

Que o sonho não morreu
Quando o beijo se perdeu,
Que a manhã não acabou
Só por nós,
Tu não sabes.


Que palavras vais usar
Quando o sono não vier,
Quando a noite te disser:
"Vem comigo".
Que loucura irás dizer
Quando a mão que te apertar
Te pedir para ficares
Só mais um dia,
Tu não sabes.



Pedro Abrunhosa



sábado, 26 de dezembro de 2009

Então?

Então?
Achas que me podes decifrar o paraíso?
Tudo o que hà de mágico no mundo, na natureza. Explicar porque chove e depois o céu volta ao azul sempre planeado...
Porque nascem pessoas inocentes, e morrem demasiado culpadas.
Porque as crianças sorriem sem pedir que as respeites.
Porque as minhas sardas vivem cor de laranja no meu peito.

Porque tudo o que vivemos foi perfeito, mas impossível de continuar.
Achas que podes trocar o céu pelo inferno, quando escolhes abraçar-me?
Trocar ser o meu heroi em vez do meu fantasma?

Eu calo-me se quiseres falar. Mostro que me preocupo com as histórias que contas de outros mundos que conheces, dos quais eu não sei falar.

Achas, então, que me podes explicar porque adormeces longe daqui, tão perto do frio e da minha saudade?

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

"i did it all for the nookie"

Quando os abraços eram apertados e o sorrisos não se mediam, quando as piadas eram fáceis e os olhares dispensavam comentarios, faziam-se tardes completas, que voavam com as horas, todos dias... Era alegria partilhada entra nós, por tudo o que inventávamos para rir, ou por quase nada.

Mais que os cigarros fumados às escondidas, ou as noites que descobrimos pela cidade, foi ficando a lembrança de pequenas coisas como o teu espelhinho de madeira, e o cheiro da tua àgua de colónia johnson's baby. Ficou guardada a maneira como rápidamente nos tornámos amigas.

Reparei, então, que te conheço tão bem, apesar de estar tudo tão diferente agora, apesar de ser tudo lembranças. E não gosto que assim seja, está errado, não achas?
Fomos mais do que aquilo que ontem se notou... Manhã vamos tentar mudar, voltar ao inicio.

Por todos estes anos, os de ausência mas acima de tudo os de partilha, vale a pena recomeçar.

sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Então nasce a raiva...

Da adolescência que ele me roubou, à maturidade que agora me dificultas, vai a distância de uma infância negada, que apenas passei em vez de viver.
Não perdoo apesar do tempo que passou, nem esqueço o abraço apertado que te peço todos os dias, quase sempre em vão.

Então nasce a raiva.
O nojo...
Em vez do luto apenas o desprezo, porque és minha familia.
Minha raíz.

Não choro, porque já não tenho idade, mas lamento por ti, alma vazia que não cumpre a sua história de mãe.

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Um céu à minha espera






Por todas a vezes que te levantas e perdes a cabeça, pelos teus dias que só começam às 2h da tarde, pelas vezes que janto sozinha naquela mesa enorme.
Por todos os banhos que tomei para poder chorar sem ninguem me ouvir, e pelos whiskies que bebi para conseguir dormir mais cedo.


Sei que vou ter um céu à minha espera, uma sala com gente calma a ler, crianças a correr pela casa, e uma beleza que vai saber envelhecer comigo.
Vou ter beijos de paixão, abraços de carinho e afagos de respeito. Olhares cúmplices, risos de devaneio e ombros para chorar.


Tenho tempo para me oferecer tudo isto. Não pelos meus aniversários (nunca celebrados), mas por todo o tempo que andei por aqui e não me soubeste amar.

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Pensamento





A uma hora dessas,
Por onde estará seu pensamento.
Terá os pés na pedra
Ou vento no cabelo?

A uma hora dessas,
Por onde andará seu pensamento.
Dará voltas na Terra
Ou no estacionamento?

Onde, longe
Londres, Lisboa...
Ou na minha cama?

A uma hora dessas,
Por onde vagará seu pensamento.
Terá os pés na areia
Em pleno apartamento?

A uma hora dessas,
Por onde passará seu pensamento.
Por dentro da minha saia
Ou pelo firmamento?

Onde, longe,
Lemy, Luanda...
Ou na minha cama?...


ADRIANA CALCANHOTO

domingo, 15 de novembro de 2009

Cartas à minha flôr II

Gostava de não te escrever só para me lamentar da vida, para dizer como estou cansada dela. Mas de facto é isto que me ocupa metade do pensamento, e é só contigo que o posso partilhar. O mundo tem tantos recantos bonitos, tem tantas alegrias, em factos simples e em coisas mais elaboradas.
A vida é azulinha clara, com sonhos verde lima e sorrisos cor de rosa. E contigo pelo meio, a segurar-me a mão, e a emocionar-te com o que ás vezes te conto.

Mas a minha vida não teve pai que me protegesse, nem mãe
 que me adormecesse no colo. Não conheceu festas de anos tranquilas nem Natais com paz. A minha vida não soube o que era ajuda para fazer os trabalhos de casa, não teve ninguem para ir ás reuniões do colégio. A minha tenra vida sempre foi a minha única companhia quando ia levar as vacinas, ou quando dormia em casa de deconhecidos, sem jantar.
Não presenciou paciencia para me ver crescer, não ouviu concelhos saudáveis, nem viu respeito quando me tornei mulher.
A minha vida continua a suportar comigo os berros que a casa emana todos os dias, a amparar as palavras cuspidas em horas de dormir.

Do pão que o tal senhor amaçou já provei bastante, já dormi com ele ao lado, já consumi todos os seus venenos.

Agora tenho tanto que há pouco tempo não sonhava, mas sabes que não sou feliz. Nada chega a ser verde lima nem cor de rosa. Tudo o que quis já foi demasiado sofrido e mesmo que venha já está cansado e pálido.

Este fim de semana vamos estar juntas, celebrar o facto de nos termos! Vamos comer tremoços sentadas no chão e rir como só nós sabemos. E sem pressas.


Sem nenhuma conclusão, mas apenas como desabafo. Um beijo.

sábado, 24 de outubro de 2009

O facebook ás vezes chateia...................






A minha amiga auto-confiança é jovem, inocente, e vive na sua paz compactada entre dias aterefados e noites sem tempo para pensar.
Num desses dias abriu o seu facebook e tropeçou em fotografias que sabe que existem ,mas que dispensava ver. Fotografias de momentos felizes e cúmplices, dos quais ela não fazia parte.
Segura de si pesquisou mais um bocado, vasculhou albuns de fotografias alheias, sempre em busca dos mesmos momentos, da mesma pessoa...
Quando deu por si já dava murros na secretária, gargalhadas de raiva, e os seus berros ouviam-se na casa ao lado!


-Quero é que tu morras! Otário! Tu e essa gaja com cara de sonsa!!! Ainda por cima feia!!!!!!
-Odeio-te tanto, e esse sorriso à cigano?! Não lembra a ninguem! Estão mesmo bem um para o outro, são dois tristes!!

     A mentira final:

-Não gosto de ti nem um bocadinho, alias, nem sei o que andei a fazer contigo durante tanto tempo, só podia estar doida!!

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Não haveria outro motivo.

-Então, o que se passa?
-Não a incomodes, deixa estar.
-Mas o que foi?
-A miúda morreu, aquela amiga dela. E agora está assim.


Morreu porque não volta, porque já não é presente. Aquela miúda, a minha amiga, já não respira. Perdeu a sua essência, ri mas já não brilha. Deixou de viver, agora rouba encantos, rouba horas que eram nossas.
Está morta, coitada, eu sei.
As lágrimas que chorei assim o comprovam, e a saudade não me engana. Não viajou, não mudou de morada, o seu espírito apenas partiu. O corpo permanece, para brincar com os meus sentidos, e para que os do costume lhe comam a carne, de vez em quando.
Partiu é verdade, e já foi a enterrar.

Não haveria, então, outro motivo para não a ter comigo.

sábado, 17 de outubro de 2009

A tua saudade

A tua saudade corta como o fio da navalha em que adoravamos viver.
O meu coraçao aflige-se, bate forte, pulsa uma vez e a outra falha.
O laço ficou solto. A noite corre devagar, passa simplesmente.
Não tenho pena de ti, não te sinto sequer, ou engano-me com o que escrevo. És a miúda que nem os vendidos aceitam e que eu choro ainda tanto.
Quero apenas dormir e peço que, amanhã sendo Domingo, não me lembre de ti, nem dos nossos McDonald's ressacados.
Estive quase para te contactar, chamar por ti com a minha graça desafiadora. Mas as imagens que me chegam ao pensamento, tão feias e sujas, não me permitem avançar. A paixão que tenho por mim não permite superar, fingir que a tua ausência, o teu silêncio progressivo não é na verdade desprezo por tudo o que era nosso.

sábado, 10 de outubro de 2009

Por instantes

Eu contigo não sou eu, não totalmente. Sou uma Marta pintada de cores alegres, escondida atrás de risos e leveza emprestada. Uma Marta contadora de histórias, que decora textos e te dá bons conselhos, como a um amigo.
Tu não dás tempo para mais, não há espaço para sentir, apenas para ficar.
Entre um gesto e outro permites apenas o carinho que me pedes, sem falar, e o mimo com que tantas vezes te adormeci, e que depois do fim me confessaste "como ninguém".
És um miúdo que cresceu em forma e força. Que se fez grande em cores e cheiro, em mãos e voz. Mas que manteve o sorriso rasgado, a alegria que por vezes não controla, e uma total despreocupação sentimental. A leveza do teu espírito é proporcional à indiferença pelo próximo.
O teu coração manteve-se pequenino, puro, mas incapaz de amar uma mulher. Tenho profundamente pena de ti.

segunda-feira, 5 de outubro de 2009

Continuas expressivo...






Este fim de semana fui ver o (..) tocar, passados tantos anos desde os primeiros sons em casa.
Cresceste bem, e até já tens um camarim só para ti.
Desde que entraste e te agarraste aos vinis não consegui parar de sorrir. Continuas expressivo, e amoroso. É nestes momentos que dou sentido a toda a dedicaçao que tenho por ti.

sábado, 3 de outubro de 2009

Davidoff

Do ser que é meu, mas que já não se lembra, guardo a sua companhia de tantos anos, e apenas de algumas noites. Levo comigo os seus dias perdidos entre o que é meu e o que é errado, os seus dias que então nasceram floridos e perfumados, no meio de carros, hoteis e cama emprestadas.
Doces enganos que não se escolhem, mas que se deixam fluir sem outra opção, visto que ser esquecido é morrer mais cedo.
E do tal ser que é meu, mas que já se esqueceu disso, fica assim um pequeno almoço a fugir, quem sabe um dia partilhado em família, e o sabor do amor construído com calma e paciência. E a loucura de hoje, por entre o alcóol, a cocaína e os vestidos curtos.
Guardo no fundo a simplicidade do sentido que o cheiro que o teu perefume me desperta, usado por tantos que não passam de "outros", mas gravado por ti, pelas tuas manhãs agora apenas emprestadas, tão boas e a fugir.

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

A tua magia




(E cantavas-me isto ao telefone...)

Quando sorris com calma fazes magia, quando ajeitas o teu cabelo derretes a minha fachada de gelo construída à pressa. Eu fujo de me cruzar contigo, de esbarrar no teu charme.
Ando às voltas como uma abelha perdida, mas és doce demais, fixas-me em ti.
A tua loucura arrefece-me o estômago em arrepios, enquanto tento não sorrir, e logo se seguida mais um abraço forçado que finjo não querer. Mas desejo-o tanto mal te vejo, assim como às nuvens que toco quando me pegas ao colo, no teu colo enorme, onde nas manhãs de erros me adormecias e só depois respiravas fundo.

É infinita a tua graça, o teu cheiro de homem. E do teu charme, já falei?
Já com certeza, mas reforço o sentido, o poder que tem em mim. Jogas com ele, apostas alto, e não sabes perder. Nesta dança de interesses sou eu que vou ficar sentada a ver-te tentar a tua sorte.

O capítulo é novo, eu estou por cima, mas igualmente doida por ti. Lá no fundo sempre te tive presente, quando não era em transpiração da tua pele, era em risos distantes, o teu riso tão teu e travesso.

Afinal não me esqueceste. Ainda me queres levar para fins-de-semana distantes de tudo. Afinal queres sentar-te e conversar, e assumes que foi tudo errado e mal planeado, mas vivido singularmente e sem comparação.
Talvez depois de me deitar de novo ao teu lado toda esta saudade arrefeça.

Dizes que ainda falamos não por sermos amigos, mas porque temos história.
Eu digo-te, que não a soubemos construir. Matámo-la assim que nos tocámos daquela maneira.

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Não me chateia

Há dias em que quero escrever mas não consigo. Às vezes levanto-me a meio da noite cheia de ideias, mas não consigo tranformá-las em frases.
Hoje, o que me fez abrir o caderno às 4h30 da madrugada foi a inquietação que a pequenez de certas pessoas me causa.
Gente que não pára para reflectir antes de apontar críticas, gente que vomita morangos com açúcar e ideias mal fundamentadas.
Como aquelas pessoas que decoram textos de alguém famoso e usa como argumento.
Não me chateia (depende dos dias) o limite de raciocínio da aldeia social que me rodeia porque eu sei o meu lugar e o meu espaço mantém-se protegido.
Mas hoje, acordei a meio da noite, e lembrei-me das definições que me são aplicadas, e até dos adjectivos subentendidos que se vão descobrindo com o desenrolar das conversas. Faz-me rir, de facto! A minha tranquilidade e auto-paixão assim o permitem. Aprendi que a M pintada por algumas pessoas, a dada altura, não pode começar a fazer sentido acima de tudo para mim.
Por vezes, de tanto nos apercebermos e ouvirmos repetidamente que temos uma determinada personalidade, começamos nós próprios a deixar-nos convencer também disso. Começamos a acreditar que as nossas atitudes são erradas, e que qualquer característica que nos diferencie dos outros são apenas defeitos.
Penso que no presente é diferente, esse tipo de crítica não me toca.
Tenho pena do tempo que se desperdiça a fazer juízos de valor e a elaborar teorias sobre atitudes que nos são alheias.

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Minha flôr





Poderias ter-me salvo em tantos momentos, de tantas falésias. De lágrimas tão longas e cansadas. Do desespero que se torna silêncio quando já não resta mais força para lutar.
Eu teria sofrido menos, teria dormido melhor, e teria até tido mais razões para acordar.
Não foi por arrogância ou elitismo, nem mesmo por esquecimento que me afastei de ti, que afastei de mim os anos de alegria e amizade tão leves.
Mas já passou, o tempo apurou-nos os sentidos e o valor pelos dias que passamos juntas. Agora percebo tantas coisas e tão claramente, agora leio sem saltar capítulos.
Hoje vejo o quanto me poderias ter ajudado, e sinto-me parva por ter pedido essa ajuda a gente tão diferente de ti, e por isso tão incapaz e limitada.
Mas estás ao meu lado novamente, mais uma mão para me guiar quando escurece e para eu mimar muito.
"Estou contigo e não abro" lembras-te? Somos muito diferentes, em quase tudo, mas a raiz é igual.

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Vamos tomar um banho gelado!




Não me adores, envolve-me!
Diz-me que te dou a volta à cabeça sem nunca te tocar o coração.
Não me compreendas, não me encantes, e não me aconchegues antes de adormecer.
Dá-te só um bocadinho, aos poucos, a muito custo.

Os abraços que te dou não são para te sentir respirar.

Tenta não me olhar nos olhos, não morder o lábio enquanto me ouves. E o meu cabelo, não lhe sintas tão profundamente o perfume.
Nem penses colar-te ao meu pescoço e respirá-lo, para de seguida sossurrares o meu nome, como se sempre o tivesses sonhado.
Ah! A tua pele morena que não toque a minha, não quero sentir o teu calor nem o peso do teu corpo perfeito.
Por favor essa música não, não agora.

O ambiente, o clima que nos embriaga a mente e nos deixa tão leves, esquece!

Não me toques assim, não proves que sabes, não sorrias hoje para mim.
Não quero, não podemos.

Mas não te sei mentir!

Faltas tu

Esta é a parte da noite em que todos vão para casa, acompanhados. Em que qualquer violoncelo que toque eu vou sentir a falta de algo. E dói pelo tempo que passou, e dói mais ainda só de saber que é passado, e que qualquer promessa minha de sorriso morre na tua ausência. Não de atenção que há sempre quem empreste, mas de amor, e partilha, meu amor, que ninguém te respira e te sente em cada movimento como eu. Até já... Meu amor nunca sonhado.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Nasceu derrotado



Já tive sofrimentos bem grandes e difíceis de ultrapassar. Este sentimento não é mais forte do que os outros, é na verdade mais cansado, mais desiludido. Este não consegue engolir a felicidade dos outros, revolta-se pelo tempo que passou desde o tempo em que era alimentado.
Este sentimento não teve oportunidade de crescer, já nasceu derrotado, emprestado, e sem valor.
Foi um sentimento que fingiu sempre não existir para não incomodar, foi apenas ficando. E agora não está em lugar nenhum, viaja de beijo em beijo, e nunca fica para amar porque não é aquela a sua casa.
Ainda o trago comigo, fechado e a pertado, a ver se morre.
Um dia há-de desaparecer da minha caixinha, e eu vou pensa-lo dispensavel, e lembra-lo como exagerado e parvo.
 

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Não posso mentir






Tenho saudades tuas! Poxa, tenho e não posso mentir. Escondo-me atrás de portas mal fechadas, tranco as janelas, mas não fujo para muito longe. Tudo me lembra de ti. Não há regaço que me aconchegue, nem cidade que me ofusque as lembranças.
Tenho saudades, e minto quando falo sobre ti, continuando a engolir as lágrimas que me são proibidas.
Falo sem nexo e sinto sem sentido, confundo sonhos e histórias.
Não te amo e talvez nem te queira para mim, mas tenho saudades tuas J.

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Conversa no carro

Não voltes como dantes... fresca, completa, ingénua. Não espero a tua graça de menina, a tua pureza até nos erros. Não peço que sejas como no princípio, que estejas presente nos piores momentos (já sobrevivo sem ti), e por favor não jures que me amas (apesar de eu te amar) na tua próxima bebedeira, na casa de banho de um bar qualquer. Cansei da poesia que o alcóol te faz contar em palavras enroladas e lágrimas confusas. Volta renovada, volta com sinceridade. Com consciência do que somos sozinhas.
Volta num todo. Sem restrições, sem espaços em branco ou meninas pelo meio. És tu ou não és.
Não te divido... aceitas isso ou desistes de vez.
Já não há espaço para erros. Esgotou-se toda a paciência, o coração quer descansar.
Aceito-te como tu a mim, ou não vale a pena continuar a escrever.
O tempo passou, o castelo ruiu, o mundo comentou e ri de nós neste momento.
Não é com passividade que este assunto morre, depende de força e atitudes para se resolver. Pensa. Depende de ti.

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Não me chateia mesmo

Não me deem conselhos quando eu não os pedi, e por favor, palmadinhas nas costas não. Também dispenso os sorrisos cínicos e tão bem treinados.
Sim queridas, sou mesmo ruiva, sou giraça, tenho piada, e penso bastante. Apareço quando quero e circulo onde quiser. Visto isto, bebo aquilo, e vocês daqui a umas semanas fazem igual (mas só por acaso).
Aproximo-me das pessoas pelo que podemos partilhar e proporcionar mutuamente, e não pelo que elas me podem dar.
E sou eu que escolho com que me relaciono, e não o contrário. Sei quem está ao meu lado, e quem se esforça para que eu fique lá atrás.
Mas nao me prolongo mais com este assunto porque estou a ficar entediada.
Vou descansar os meus olhos azuis.

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

"Só hoje, só mais um dia..."







Lembro-me de ti, já tarde a chegar.
Sempre leve e de sorriso rasgado,
E em segundos eu parar e pensar
Se eras tu que eu queria ao meu lado.

Lembro-me de ti no meu colo, e abraçado
Falavas das saudades que sentias.
E nesses momentos eu teria jurado
Que era sincero o que me dizias.

Em jeito de piada, de desafio, foste ficando
"Só hoje, só mais um dia..."
Praias, noites e pirilampos iam passando
E eu ignorava o que em mim nascia..

Vou deixar que adormeças
Hoje, no meu colo, como sempre.
E amanhã talvez não te esqueças
Que é ainda nosso o presente.

Vou deixar que me leves
Nas tuas noites, pela mão,
E talves te entregues,
Que nunca mais me digas que "Não".

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Um dia vais ler o que escrevo

Um dia vais ler o que escrevo, o que tenho pensado sobre ti. Vais sentir as palavras que doem e o silêncio que pesa quando não há mais nada a dizer.
Um dia quando leres o que escrevo vais poder contar as noites que não dormi, que procurei formas de te susbtituir, e que voltei ao caderno para falar sobre ti.
Ninguém te dedica tanto tempo, atenção, ninguém te entrega tantos pedaços de vida como eu.
Não vivo a sofrer por ti, isso já passou. Eu vivo contigo, tranquilamente, ao meu lado.
Um dia (..), depois de leres o que escrevo vais perceber que foste amado, e que a distância apenas teve razão para sentires que podemos nascer de novo, e refazer a história.
Podemos até nem voltar a amar-nos, e eu (já) não lamento inconformávelmente essa possibilidade. Aceito que o tempo passou, que o sentimento acabou e que ficaram apenas as histórias.
Podemos nunca mais nos ver. Mas um dia vais ler o que escrevi, o que esperei por ti e o que tive de aprender sozinha.

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Supostamente




Queria escrever como todas as noites em branco, mas para quem?
Partiram todos.
Queria desabafar a tempestade que não me deixa dormir, mas nem sei por onde começar.
Talvez já não haja mais nada a dizer, já foi tudo reflectido, as conclusões existem, eu é que não quero aceitá-las. Virar a página é então a solução, mas e a coragem, existe? Sou (supostamnete) a miúda mais forte que todos (pensam) que conhecem. A mais audaz, e mais paciente.



Na verdade sou uma alma pesada dentro de um corpo bonito e que sorri sempre.
Sou palhaça de mim mesma para amenizar o cansaço da desilusão.


Quero apenas adormecer depressa! Estar acordada tem sido torturante. Há muito que não sentia esta distância entre mim e a vida.
Mas passa, passa sempre. E quando não é possivel ultrapassar, varro para debaixo do tapete, e no dia seguinte eu e o meu blush sorrimos novamente.
E o sono tarda a chegar...
Partiram todos não foi? Os meus passarinhos voaram, e reparei que a Lua está feia e não me ilumina o quarto.

terça-feira, 14 de julho de 2009

Noites em que não durmo

Adoro as noites em que não durmo, em que saio para a rua ver passar gente, e o próprio tédio passar-me ao lado.
Gosto sobretudo quando me visto bem, assumo personagens, me aprumo e me sinto gira. Noites em que encanto quando sorrio, quando danço, e finjo estar abstraída do mundo.
Na verdade estou a espantar a solidão, a deixá-la para mais tarde. Estou a roubar importância ao que me corrói se ficar em casa... na minha casa. Montanha gélida de vendavais, árvore despida, sem braços para me aquecer. Trago gente para as minhas noites sozinhas, que em vez de tristes, se tornam eufóricas e tão fugazes. E adiu o que sinto hoje irremediávelmente.

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Depois de amar-te a ti

Sonhei que te esquecia, que te arrumava quieto e mudo, que não eras presente em mim, nem no meu espirito.
Sonhei que já não chamava por ti, que todo o resto era suficiente, que me dava alegria e alento.
Sonhei (...), que tocava outra vez as estrelas, que os pirilampos me abençoavam as noites, e que eu podia voar sem as tuas asas.
Tardes encantadas, madrugadas longas. Momentos breves de tão perfeitos, e que eu já tinha esquecido.
Castelos de cartas afinal. Bem-estar que parece que não mereço, porque tarda em permanecer meu.
Afinal não te esqueci (...)
Afinal não é possivel apagar-te quando ainda nenhuma alma me tocou como a tua. Não consigo, e não quero talvez.
Penso em ti ainda, na nossa Lua encantada, e no teu assobio quando entras em casa.
E enquanto espero moldo a minha vida, aperfeiçoo-me- Será que o suficiente para voltares?
Não é possivel amar ninguem depois de amar-te a ti. Os olhos não se enchem de lágrimas na ausência, e as borboletas não voam no estômago pela alegria.
Os medos que transporto comigo, a escoridão e os abismos que por vezes não suporto, só em ti terminam. E apenas ao teu lado sorrio com todos os sentidos. Só no teu abraço cabe todo o meu corpo, que entreguei pela primeira vez.
Não minto que duvidei, que ousei dizer que te esqueci... mas não seria possivel.
Esquecer-te significa perder metade de mim. Tão agonizante como nunca mais adormecer.
Esquecer-te é morrer e ter de andar por aqui...

domingo, 5 de julho de 2009

Estrela desenhada





Ainda somos do tempo em que eu pensava e tu dizias, em que tu começavas e eu concluía.
Daquele tempo em que havia tempo para nós, alegria em cada minuto e dedicação em cada gesto.
Ainda me lembro do tempo em que os nossos pulsos foram os primeiros segredos partilhados, em que os desejos contidos se assumiram em voz baixa.

Agora, por vezes, olho para ti e não me lembras nada. Sinto que ando por aqui e não me vez, que posso chorar mas não me vais ouvir.
Vulgarizámo-nos talvez. Corremos tantos atrás dos nossos sonhos que nos atropelámos.
Crescemos muito, mudámos, e de certa forma fomos conseguindo conjugar as nossas personalidades.

Mas por vezes falta a compreensão, o amparo, o abraço e o sorriso cúmplice.
Pior que isso, e por essa razão te escrevo, por vezes falta a verdade. Incontornavel razão porque nos escolhemos.
Abracinhos forçados, bons-dias sem alegria agora é tão vulgar. E as meias verdades que mais não são que mentiras piedosas.
Conheci-te ainda miuda e escolhi trazer-te comigo.
Se depois de cresceres é nisto que te tornas, então esquece aquilo que desenhámos no braço direito, num sábado à tarde.

O teu silêncio

Dói-me tudo. A alma, o coração, e as lembranças. Dói-me e revolta-me a mudança repentina ou a verdade afinal sempre escondida. Dói-me o silêncio acima de tudo.
Quero arrancar-te do peito, miúdo que não foste nada. Preciso de superar, inventar força para te tirar importância. Choro como há muito não sofria, e desespero como há tanto tempo não lembrava.
É ridículo; exagerado o que sinto. Mas é a verdade assumida
Anjo da guarda, doce companhia, dá-me paz para que o sono venha e me deixe sossegar. Os meus olhos já choraram demais, e os pulsos foram de novo tocados.
Não escrevo para ti, mas por ti. Nunca te contaria as fábulas que escrevo nestas folhas, porque ainda é tenra a tua vida. Mas sei que são puros os teus sentimentos, e que poderia partilhar muito de mim contigo.
Dói tanto a saudade, sabes o que é? Sabes o que é dar de novo uma sentido à Lua, e depois... distância. Dar-me a ti, aos pedaços, e em segundos são só lembranças?
Queria raiva e râncor dentro de mim. Queria aquele desprezo habitual a quem foi rejeitado. Mas eu não sou assim.
Eu ainda espero. Ainda rio das tuas coisas boas, ainda te adoro miúdo meu, pureza de raça, alegria no espírito. Fumo de fogueira cigana, que demorou muitas noites para me conseguir encantar, mas que permanece até hoje.
Só queria saber o que correu mal, onde errei, o que não soube dar. Queria saber quando deixaste de partilhar do sentimento, ou na verdade, quando começaste a mentir.
Esta distância que afinal sempre existiu é a maior desilusão.
Dói-me a saudade, o vazio de ti, o teu cheiro que ficou em mim.
Dói-me a saudade J, tanto.

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Não te amo!




E se eu te diser que já não te amo...


Talvez ainda te guarde seguro e claro no meu coração. Talvez ainda espero encontrar-te à tua porta, ainda espero cruzar-me contigo à noite, mas amar como há oito anos atrás, já não te amo.
Já não te amo querido e sei que a paixão já não arde, e que a promessa de comunhão eterna já não faz sentido. Não espero mais por ti, nem sinto que te esteja a trair, não és de facto a pessoa com quem sonhei. Admito tudo isto. Verdades que doem, que apenas escrevo porque me falta coragem para assumir em voz alta. Desisti.
E tu (...) também já não me amas. Há muito que abandonaste o sonho. Feliz de ti, homem de organizados pensamentos.
Já não te amo querido, e sofro por perceber isto. Não vai nascer a nossa Maria nem o nosso Francisco. Não acompanho os teus sucessos, nem te ajudo a superar as tuas derrotas. Não compramos juntos os presentes de Natal, nem programamos as férias de Verão. Não vais ver a minha pele envelhecer, e o meu corpo nunca mais será teu.


Não tenho certeza de nada do que estou a dizer, e sei que tu também não.


Mas amar-te como ontem, com a alma e a carne, com todo o tempo e todo o meu pensamento...já não te amo!

terça-feira, 10 de março de 2009

Eu espero






Meu amor que tanta falta me fazes. Que voltas me dás à cabeça e que acabam sempre em tristeza. Porque insistes em desiludir-me se também queres ficar? Porque foges se é em mim que te encontras, se é aqui o teu lugar? Porque te vestes de forte, porque escondes o teu coração que já nos conhece tão bem?
Amor, amor. Que só contigo sossego.
Tenho medo que te percas de mim, que te começes a esquecer.
Vivo triste por ti. Já não sei somhar, agora escrevo com peso no lápis, e há tanta coisa que no mundo deixou de fazer sentido.
Melancolia e sorriso limitado enquanto espero por ti.
E tu andas a perder-te por aí, com gente que não sabe amar-te, a queimar tempo a fingir que acabou.
Luta, acredita mais uma vez... Eu espero enquanto tocas corpos emprestados, enquanto mergulhas em histórias que terminam logo a seguir.
Pomares à noite de fruta encantada, e gargalhadas que segues de olhos fechados com as mãos estendidas e prontas a viajar.
É bom este voo fugaz pelos braços de outra pessoa. Por esta, aquela, e mais outra. Este saltar de ondinhas à beira mar.
Conheço também este gosto por tudo o que é incerto. O prazer da conquista, as conversas que voam pelas horas, com copos e olhares que se sussedem, e o cabelo que flui entre os dedos de alguém que não o merece tocar.
Dá a volta por essas ruas, espreita e entra nesses mundos. Eu estou em casa à tua espera, com visitas que me alegram, me dão de beber e que ficam para dormir de vez em quando.
Mas estou à tua espera.

sábado, 7 de março de 2009

Está guardado

Já passou tanto tempo. Já nos tocaram tantas vezes, pessoas que não são nossas, que nos emprestam sorrisos, tempo, sensações. E nós entregamos-lhes momentos em sopros de vida.


Alegria, paixão , promessas e mentiras. Já partilhámos tanto com outros... Mas nunca as nossas almas, não é meu amor?
A minha alma é tua, até ao espírito. Como o meu corpo e os meus sentidos, é tua! Ando a passeá-la pelo mundo com destino certo. Com cama de estrelas à espera dela.


É boa esta certeza, este fim. Este jardim guardado suspenso no tempo.

quinta-feira, 1 de janeiro de 2009

Escrevo-vos...

Há muito tempo que vos queria escrever. Partilhar pensamentos, observar pontos de vista.
Dizer-vos de mim, como tenho passado e o que tem passado por nós.
A cabeça está arrumada finalmente! Tarefa dificil; monstro indomavel. Voltas e voltas que dei aos meus pensamentos até compreender , até aceitar o que diziam.
O coração está mais leve, já sabe porque continuar a bater.
A alma está sozinha, um pouco vazia, mas com esperança de luz.
Lua, que voltei a olhar para ti, que és a minha companhia e que, espero, olhas por mim todas as noites , continua ai. És a minha unica certeza.

Anjo, que a alma me guardas, que a ti me agarro quando era suposto chorar. Agora tenho mais tempo para te ouvir.
E a ti, que não nomeio, masculino de mim pensamento de todas as horas, metade dos meus passos.

Escrevo-vos para partilhar a minha tranquilidade.