sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Não haveria outro motivo.

-Então, o que se passa?
-Não a incomodes, deixa estar.
-Mas o que foi?
-A miúda morreu, aquela amiga dela. E agora está assim.


Morreu porque não volta, porque já não é presente. Aquela miúda, a minha amiga, já não respira. Perdeu a sua essência, ri mas já não brilha. Deixou de viver, agora rouba encantos, rouba horas que eram nossas.
Está morta, coitada, eu sei.
As lágrimas que chorei assim o comprovam, e a saudade não me engana. Não viajou, não mudou de morada, o seu espírito apenas partiu. O corpo permanece, para brincar com os meus sentidos, e para que os do costume lhe comam a carne, de vez em quando.
Partiu é verdade, e já foi a enterrar.

Não haveria, então, outro motivo para não a ter comigo.

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