sábado, 10 de outubro de 2009

Por instantes

Eu contigo não sou eu, não totalmente. Sou uma Marta pintada de cores alegres, escondida atrás de risos e leveza emprestada. Uma Marta contadora de histórias, que decora textos e te dá bons conselhos, como a um amigo.
Tu não dás tempo para mais, não há espaço para sentir, apenas para ficar.
Entre um gesto e outro permites apenas o carinho que me pedes, sem falar, e o mimo com que tantas vezes te adormeci, e que depois do fim me confessaste "como ninguém".
És um miúdo que cresceu em forma e força. Que se fez grande em cores e cheiro, em mãos e voz. Mas que manteve o sorriso rasgado, a alegria que por vezes não controla, e uma total despreocupação sentimental. A leveza do teu espírito é proporcional à indiferença pelo próximo.
O teu coração manteve-se pequenino, puro, mas incapaz de amar uma mulher. Tenho profundamente pena de ti.

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