domingo, 5 de julho de 2009

Estrela desenhada





Ainda somos do tempo em que eu pensava e tu dizias, em que tu começavas e eu concluía.
Daquele tempo em que havia tempo para nós, alegria em cada minuto e dedicação em cada gesto.
Ainda me lembro do tempo em que os nossos pulsos foram os primeiros segredos partilhados, em que os desejos contidos se assumiram em voz baixa.

Agora, por vezes, olho para ti e não me lembras nada. Sinto que ando por aqui e não me vez, que posso chorar mas não me vais ouvir.
Vulgarizámo-nos talvez. Corremos tantos atrás dos nossos sonhos que nos atropelámos.
Crescemos muito, mudámos, e de certa forma fomos conseguindo conjugar as nossas personalidades.

Mas por vezes falta a compreensão, o amparo, o abraço e o sorriso cúmplice.
Pior que isso, e por essa razão te escrevo, por vezes falta a verdade. Incontornavel razão porque nos escolhemos.
Abracinhos forçados, bons-dias sem alegria agora é tão vulgar. E as meias verdades que mais não são que mentiras piedosas.
Conheci-te ainda miuda e escolhi trazer-te comigo.
Se depois de cresceres é nisto que te tornas, então esquece aquilo que desenhámos no braço direito, num sábado à tarde.

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